Gabriel Braga Nunes chega na sala de espera do estúdio 3 do Projac desconfiado feito Carlos na primeira fase de “Amor Eterno Amor”. Em poucos minutos de conversa, no entanto, o ator começa a se soltar.
Há duas semanas do fim da novela das seis, Gabriel já está em fase de avaliação do trabalho, o segundo desde o seu retorno à Globo. Tranquilo, ele chega antes da parceira de cena, Letícia Persiles. O motivo do encontro? Falar sobre o desfecho do casal Miriam e Rodrigo na trama de Elizabeth Jhin.
“Já está tudo meio encaminhado, né?”, desconversa Gabriel, sem explicar como Rodrigo vai descobrir que Miriam é Elisa, sua grande paixão da infância, reencarnada. “Isso você vai ver no último capítulo.”
“Amor Eterno Amor” chega ao fim no próximo dia 7. E chega com poucos desfechos em aberto. Os destinos dos vilões Melissa (Cássia Kiss Magro), a falsa Elisa (Mayana Neiva) e Fernando (Carmo Dalla Vecchia) estão entre eles.
Gabriel jura não saber qual será o fim dos rivais. Mas prevê Rodrigo seguindo um “caminho de compreensão dos erros alheios”.
“Não sei como Rodrigo reagirá quando as máscaras caírem. A única certeza é de que ele não buscará vingança. Se ele se vingar, ele vai estar gerando um carma para si, se desviando do caminho do bem”, observa, relacionando a trama com os ensinamentos da doutrina kardecista, marca da obra da autora. “A lógica é da evolução dos seres através das vidas. As pessoas continuam voltando para melhorarem. Não é algo que pressupõe uma punição.”
Gabriel fala com alguma propriedade sobre o espiritismo. A novela, no entanto, não o fez se aproximar dessa crença. “Acho muito bonito, mas não é minha religião”, opina ele, que não sabe dizer se faria ou não uma regressão com o objetivo de descobrir sobre vidas passadas.
Letícia Persiles encararia a aventura. “Faria para saber o que minha cabeça inventaria... Acho muito bonito vários elementos do kardecismo, porque eles são muito abertos à compreensão do outro.”
Consenso mesmo, só sobre a espera de 150 capítulos até que Miriam e Rodrigo transassem pela primeira vez. “Demorou, mas foi bonito”, diverte-se Gabriel. “Eles demoraram para constatar que o que sentiam um pelo outro era amor de homem e mulher. E ainda teve a falsa Elisa. Rodrigo se sentia preso a esse amor do passado.” Na história, Melissa contratou Amparo para se passar pela namorada de infância.
Letícia faz coro com o colega. “Não acho que ela tenha sido paciente. Paciência é uma questão ligada à escolha. No caso dos dois, foi o destino. Foi uma grande prova de amor.”
futuro/ Chega o fim da entrevista, o bate-papo acaba indo para outros caminhos. Gabriel conta ter sentido o peso de emendar dois personagens grandes. Ele vinha do vilão Léo, de “Insensato Coração”. “Tive alguns meses de descanso... Mas não acho que novela das seis tenha sido mais ‘light’. Até me arriscaria a dizer que trabalhei mais aqui que em ‘Insensato’”, compara. “É um trabalho em que eu estive muito envolvido. E exigiu muito de mim. A transformação do Carlos em Rodrigo foi bastante difícil”, diz. Logo no começo do folhetim, Carlos descobriu que era o filho desaparecido da milionária Verbena (Ana Lúcia Torre) e teve de assumir os negócios.
A dificuldade de Letícia foi outra. Estreante em novelas, Letícia assume ter estranhado o intenso ritmo de trabalho. “Tudo era novidade para mim. Achei muito estranho a ideia de não ter leituras. Você já chega gravando, a cena indo ao ar”, conta, antes de engatar uma piada: “Mas o mais difícil foi conviver com o Gabriel”.
Gabriel e Letícia não têm planos profissionais para depois de “Amor Eterno Amor”. Ele quer férias. Ela, cuidar do filho. “Ele sentiu muito minha falta nesses meses. Não estive ausente, mas não pude me dedicar.”
Fonte: O Dia